sábado, 11 de junho de 2011

III Festival Aeromodelismo de Sintra

  
  
   Mais um encontro entre aeromodelistas! No dia 18 de Setembro de 2011, na base aérea nº1 de Sintra, vai decorrer o III Festival de Aeromodelismo de Sintra.
  
   O  objectivo deste encontro é divulgar o aeromodelismo e proporcionar aos praticantes desta modalidade o prazer do convívio. Também irá decorrer voos com modelos rádio-controlados e estará presente uma exposição com vários modelos: aviões, helicópteros, planadores e outras máquinas. Poderá assitir a demonstrações de voo, voo de precisão e acrobacia.

   Algumas lojas de modelismo também estarão presentes para divulgar os seus modelos e participarem nesta actividade.

   O cartaz que publicita este evento:


 



   Algumas fotos, do ano passado, retratam bem o ambiente vivido no II Festival de Aeromodelismo de Sintra.







Fotos de Carlos Guimarães

Curso de Aeromodelismo

   O sonho a um passo do céu

   Sonha ser aeromodelista? Sonha aprender a voar com modelos a combustão? E também sonha passar os fins de semana na base aérea nº1 de Sintra juntamente com outros aeromodelistas que partilham as suas experiências? Então esta informação é para si!

   Quem quiser frequentar um curso de aeromodelismo para aprender a voar com modelos a combustão pode fazê-lo por um preço acessível. A formação tem lugar numa pista autorizada da base aérea nº1 de Sintra, sábados e domingos das 10h às 18h.

   Pode inscrever-se nos seguintes locais:
   - Loja HobbyKIT na Beloura;
   - Loja HobbyKIT Express no Museu do Ar;
   - Clube Aeromania;
   - Clube C.A.L.

   Os modelos utilizados na formação serão sempre propriedade do formando. Como existem modelos mais apropriados para começar do que outros deve informar-se antes de o adquirir. Os mais utilizados são os aviões de asa alta, como o Calmato Trainer da Kyosho. Para obter um avião completo para aprender a voar tem de contar com cerca de €700 (mais gasolina).

   Quanto ao curso para aprender a voar, os preços são bastante tentadores:

  Versão Hobby - €55
   Quota anual (1 de Janeiro a 31 de Dezembro) ...................................... €30
   Seguro contra terceiros (€250.000,00) e acidentes pessoais (€50.000,00)...................... €25
  
   Versão Federado - €65
   Quota anual (1 de Janeiro a 31 de Dezembro) ...................................... €30
   Seguro contra terceiros (€250.000,00) e acidentes pessoais (€50.000,00)...................... €35

   Para ser federado tem de possuir um exame médico em formulário do Instituto Nacional do Desporto. Este é um hobby muito interessante, incluindo para jovens que queiram ter uma actividade diferente e que treina algumas capacidades, como a concentração e a sensibilidade nas mãos.

   Para mais informações, podem consultar o site do Clube Aeromania: http://www.aeromania.pt/

  Aqui está um vídeo que caracteriza muito bem esta actividade.
  
  


  
   Texto de Pandora Guimarães
   Vídeo de Carlos Guimarães, no II Festival Aeromodelismo de Sintra



 

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Entrevista - Paulo Ricardo

Organizar e participar: os ingredientes fundamentais para se ser um modelista

Conheci o Paulo Ricardo há cerca de um ano. Na verdade, todas as pessoas na loja o conhecem. É-lhe característico o entusiasmo pelo modelismo e coleccionismo. A boa disposição está sempre presente e consegue transmiti-lo às pessoas. O Paulo Ricardo é desenhador de electrónica, faz placas de circuito impresso para a indústria, é coleccionador de miniaturas automóveis na escala 1/43 e de cartas Magic, é master do Magic e tem ainda tempo para ser rádio modelista. Actualmente também organiza corridas de RC (radiocontrol) através do Clube de Radiomodelismo CRO e da Federação Portuguesa de Rádio Modelismo.
Na passada quinta feira, dia 2 de Junho, o Paulo concedeu-me uma entrevista depois de ter organizado um Draft de cartas Magic. Confessa que tem 44 anos e que está no modelismo há muito tempo: desde os 7. É interessante saber que, como o último entrevistado Mateus Abecassis, foi o pai do Paulo que o impulsionou a entrar no modelismo quando lhe ofereceu a primeira miniatura automóvel na escala 1/43. O modelista conta-nos a sua história com orgulho.

PR – Eu gostei muito desse carro: ainda hoje o tenho. Foi o que me levou a ser coleccionador de miniaturas; a partir daí comecei a ter muitos: hoje, tenho quase 4000 carros. Há uma sala na casa dos meus pais só para os carros.

PG – Para além do miniaturismo, o que faz mais dentro do modelismo?
PR – Comecei há cerca de 22 anos no rádio controle. Era cliente de uma loja de modelismo e quem lá estava incentivou-me a adquirir um carro eléctrico telecomandado. Eu gostei, fui ver como é que eram as corridas e, como sempre gostei de organizar eventos, comecei a organizá-las. Corri e organizei durante 15 anos. Comecei a organizar através da Junta de Freguesia de São Domingos de Rana: eram corridas sem fins lucrativos e gratuitas, mas também não dávamos prémios. Quando apareceu a Federação Portuguesa de Rádio Modelismo, entrámos e criámos um núcleo de carros elétricos.

PG – Ajudou a criar esse núcleo?
PR – Sim. Fui delegado desse núcleo durante doze anos e representei Portugal nas reuniões e na regulamentação da classe. Organizei alguns eventos internacionais aqui em Portugal: campeonatos da Europa e algumas finais europeias e mundiais de monomark, como a tamyia e kyosho.

PG – O que é que o entusiasma no rádio controle?
PR – Primeiro: é uma actividade ao ar livre. Os jovens de hoje perdem muito tempo em casa, nos computadores, e esqueceram-se do que é que é divertirem-se no exterior. Um rádio controle traz de volta a procura dos espaços abertos e até um bom relacionamento entre o pai e o filho. O pai, que normalmente já não tem tanta habilidade como o filho, entusiasma-se e é o mecânico do carro. O pai fica realizado com aquilo que o filho vai conseguindo alcançar: as corridas, os lugares, as voltas mais rápidas.

PG – Actualmente, há mais miúdos a entrar nas corridas?
PR – Não. Acho que isso se perdeu um bocadinho. Começou a haver muitas escalas e muitas classes: as pessoas começaram a espalhar-se. Isto provocou a existência de classes com poucas pessoas e os clubes perdiam rentabilidade ao organizá-las. Então, mata-se as classes mais pequenas e as pessoas afastam-se. Hoje em dia existem menos classes, mas acho que a Federação não ajuda a criar a possibilidade de termos gente nova a participar porque as coisas são caras e rigorosas. Às vezes as pessoas querem brincar e não competir, mas a Federação não tem isso em conta.

PG – E fora das corridas oficiais?
PR – Eu acho que é mais fácil as pessoas comprarem aos filhos uma bicicleta ou uma bola e virem brincar para a rua, do que um carro telecomandado. É uma questão de mentalidade. As mães não vêm os carros telecomandados com bons olhos porque a tradição em Portugal é os carros em combustão e esses fazem barulho, deitam fumo, libertam o cheiro a gasolina… As mães nãos querem esses carros em casa porque sujam. O carro eléctrico não teve o impacto que nós esperávamos há vinte anos atrás. Teve em países como EUA, Inglaterra, França, mas não na Espanha e em Portugal que preferiu os carros a combustão. Por isso é mais fácil o pai oferecer uma bicicleta ao filho do que um carro telecomandado.

PG – Lá fora, isso é diferente?
PR – Está mais desenvolvido e as mães acompanham mais essas actividades como na Inglaterra. Quando há uma corrida vai o pai, a mãe, os irmãos, os tios, avós… Fazem um piquenique e toda a família gosta de participar nestas actividades.

PG – É uma actividade muito cara para um miúdo que gostasse de começar?
PR – Todas as actividades são caras. Comprar uma consola de jogos e os jogos é caro; comprar um carro telecomandado e depois mantê-lo também o é. Não vou dizer que é um desporto barato porque não é, mas também não é dos mais caros. Quem compra uma bicicleta pode comprar no hipermercado por €50, como pode comprar numa loja de bicicletas por €1500 ou mais.

PG – Então tudo depende do modelo que se queira adquirir?
PR – Exactamente. Uma criança tanto se pode divertir com um carro de €100, como com um carro de €400.

PG – Mas não acha que quando os pais oferecem estes modelos aos filhos, tencionam também brincar?
PR – Sim. É um fetiche que os pais têm em ter uma coisa que não tiveram em criança, até porque não havia na altura. É uma maneira de convencer a mãe: dizer que era giro oferecer um carro ao filho.

PG – O que é melhor: carro eléctrico ou de combustão?
PR – Isso é a minha guerra. Quando me lancei nos eléctricos, há muitos anos atrás, eu era o seu grande defensor. Isto porque os gastos iniciais são iguais e traz grandes vantagens, como levar para casa e experimentá-lo. O carro a combustão não dá muito jeito quando não se tem garagem. Um carro destes no quarto, em cima do guarda-fatos, não é muito aconselhável porque deita cheiro e liberta gasolina e óleo. O carro eléctrico é mais limpo. Hoje em dia, os eléctricos andam tanto como os de combustão e as baterias já não duram 5 minutos como há uns anos atrás. Continuo a ser um defensor do eléctrico.

PG – A quem é que vai passar o legado do rádio modelismo?
PR – A minha filha também começou no modelismo aos 7 anos de idade, com um carro telecomandado. Venceu na altura um campeonato que era apoiado pelo Correio da Manhã e venceu a classe dos iniciados. Mas como era rapariga, rapidamente perdeu o entusiasmo e passou para outras actividades. Como eu só tenho uma filha, o legado do modelismo vai ficar apenas comigo (risos).

PG – O rádio modelismo é um desporto?
PR – A Federação tem campeonatos nacionais, europeus e mundiais, por isso é um desporto. Não nos podemos esquecer que temos um português que é campeão do mundo em RC. Para mim é um desporto.

O Paulo Ricardo deixa assim a sua opinião acerca do rádio modelismo automóvel em Portugal e o papel da Federação Portuguesa de Rádio Modelismo no desenvolvimento deste desporto. A entrevista termina, mas fica a ideia:
PR - Antigamente, quando os carros telecomandados vinham desmontados, o RC tinha uma vertente pedagógica porque era o pai e o filho que montavam o carro em casa. O filho aprendia a parte de mecânica, entre outras coisas. Hoje em dia, os carros já vêm montados, prontos a correr. Por um lado, os modelos baixaram de preço, mas por outro perdeu-se essa vertente de criar e construir.






Texto e fotografias de Pandora Guimarães

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Modelos da Traxxas

Qual o melhor carro telecomandado para si?

   Este guia serve para conhecer quais os modelos da Traxxas indicados para cada pessoa. A melhor escolha vai depender da sua experiência em conduzir modelos de RC (rádio controle). Os carros muito velozes podem ser mais atractivos, mas é aconselhável começar com modelos do nível um, que são mais básicos e mais resistentes aos acidentes. Pode divertir-se e ganhar sensibilidade nas mãos com os modelos simples e assim, conduzir depois os modelos mais rápidos e complexos.
   Aqui está o guia dos carros e barcos da marca Traxxas:





   Nível 1 - Não é necessário experiência. Modelos que requerem pouca manutenção e acessórios.


                             
 
   Nível 2 - É aconselhado alguma experiência anterior com radio controle. Já necessita alguma manutenção e a aquisição de alguns acessórios.
 
 
 
  Nível 3 - É obrigatório ter experiência no rádio controle. Estes modelos precisam de uma grande manutenção e atingem grandes velocidades. É necessário adquirir alguns acessórios extra.
                       
 
 
   Nível 4 - É obrigatório ter muita experiência no radio controle. Estes modelos precisam de uma grande manutenção e atingem grandes velocidades. É necessário adquirir muitos acessórios extra que acompanhem o carro.


Nível 5 - Apenas aconselhado a peritos nesta área: é necessário muita experiência para controlar o carro. Estes atingem velocidades acima dos 100km/h e a manutenção é exigente. É preciso acessórios que acompanhem o carro.


Texto de Pandora Guimarães
Fonte: http://traxxas.com/support/Traxxas-Skill-Level-Guide


quinta-feira, 19 de maio de 2011

O Modelismo e a crise


Estudo efetuado a 20.500 europeus prevê
Portugueses mudam prioridades este Natal

Vive-se numa altura de crise, mas o elevado consumo característico desta época natalícia mantém-se. Saiba algumas das mudanças dos consumidores registadas em empresas, supermercados e lojas.

Orçamento de Estado, greve e crise económica são palavras que ouvimos ultimamente todos os dias, mas não se sabe até que ponto os portugueses estão preparados para mudar os seus hábitos de consumo e enfrentar o Natal.
No dia 9 de Novembro, a Deloitte apresentou um estudo europeu, Xmas Survey 2010, onde revela que os portugueses prevêem gastar 575 euros neste Natal, menos 6% que o ano passado e menos 15% e 5%, respectivamente, que a Grécia e a Irlanda este ano, que também enfrentam dificuldades económicas.
Embora Portugal seja “o país onde o pessimismo em relação à economia aumentou mais, o consumo nesta quadra festiva parece ter uma maior emocionalidade ou uma menor racionalidade económica”, explicou Sérgio Oliveira, parceiro da Deloitte, à Lusa.
Segundo o estudo, a nova atitude dos consumidores está no tipo de produtos a comprar, no preço, número de presentes e nas marcas. António Silva, responsável por um dos supermercados do El Corte Inglés, Supercor da Beloura Shopping, desenvolve todos os anos um conjunto de cabazes de Natal que vão dos 20 aos 600 euros. Esses cabazes, assim como os artigos gourmet, vendem-se mais a cada ano que passa. No entanto, quando vendido a empresas observa-se diminuições. “Posso-lhe dar um exemplo. A Wurth, empresa multinacional de distribuição de produtos e sistemas profissionais de montagem, no Natal de 2008 gastou 8 mil euros em cabazes, em 2009 reduziu esse valor para metade e este ano apenas dispensou 800 euros”, comenta o gerente António Silva.
Quando questionámos que medida iria tomar o supermercado devido à crise, o responsável pelo Supercor esclareceu: “Já tomámos. A política do Supercor nunca foi o preço, mas sim a qualidade. No entanto, devido à crise que enfrentamos, criámos promoções como o “produto estrela” e tentamos cativar não só o cliente de médio, médio alto poder económico, mas sim também o de médio baixo”.
Segundo o gerente, há cerca de um ano que os clientes entram no supermercado com uma lista de compras, reduzindo assim a venda por impulso para cerca de metade. “O nosso melhor ano continua a ser o de 2009, mas mesmo assim, em valores finais, não posso dizer que exista grandes diferenças.”
Segundo o estudo Xmas Survey 2010, os portugueses irão ter como prioridade a utilidade dos presentes, reduzir o montante gasto em cada um e procurar o melhor preço.
Carlos Guimarães, gerente da loja de modelismo Hobbykit no Beloura Shopping afirma que em momentos de crise existem setores do modelismo que aumentam as suas vendas, justificando que quanto mais perigoso ou caro for andar nas ruas, mais as pessoas necessitam dos seus hobbies: “Falo como gerente de várias lojas de modelismo há mais de 35 anos. Já passei algumas crises, como a primeira crise do petróleo e o 25 de Abril. Os kits aumentam sempre o volume de vendas. Nestas alturas de instabilidade e receio, as pessoas voltam-se para as famílias e querem estar em casa a fazer algo de que gostam.”
Nos artigos topos de gama o gerente também afirma que não se notam diferenças nesta altura de crise e justifica: “São artigos comprados por pessoas com elevado poder económico que, com ou sem crise, continuam a comprar este tipo de artigos, como é o caso dos comboios elétricos.” A única coisa que Carlos Guimarães nota diferença é nos artigos muito baratos que normalmente serviam para “fazer número” e “encher a árvore de Natal”, ou até mesmo para “oferecer uma lembrança à vizinha”. “Nestas alturas, esses tipos de artigos não se vendem porque as pessoas deixam de gastar dinheiro com as pessoas que não são tão próximas.”
Apesar de a empresa estar a vender ainda melhor que o ano passado, vai tomar medidas perante a crise, como cortar nas despesas e prolongar o tempo de reservas a clientes. Nas alturas de maior consumo, como é o caso do Natal, muitos pais que não têm tempo para estar com a família compram coisas sem olhar para o preço e assim poder compensar a sua ausência. “Vê-se muito esta ocorrência em emigrantes que regressam com maior poder económico.” Como consumidor, Carlos Guimarães não vai alterar os seus hábitos: “Cortam os que já estavam em crise antes de chegar a crise, ou então porque as suas situações económicas alteram-se drasticamente, como é o caso dos despedimentos.”
Paulo Penaforte, lojista de 34 anos, afirma que prefere fazer as suas prendas e evitar assim grandes gastos em presentes. “Os presentes têm muito mais valor quando dedicamos tempo a fazê-los. São prendas únicas e personalizadas”, comenta. Após afirmar que também não vai alterar os seus hábitos de consumo nesta época, acrescenta: “Vivemos num país em crise, mas com um Natal sem crise”

Observações: Notícia e entrevistas realizadas para o Natal de 2010. 
Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.
Texto de Pandora Guimarães
Fonte da imagem: Cagle Post, cartoon de Marshall Ramsey

terça-feira, 10 de maio de 2011

Modelscala


Cartaz do X Concurso e Exposição de Modelismo, no Montijo

    Todos os anos este evento proporciona durante dois dias: atividades, workshops, prémios, exposições e jantar de convívio. A entrada é gratuita e poderão obter mais informações em: http://www.ammontijo.com/modelscala.htm


    Divirtam-se!!!

domingo, 8 de maio de 2011

Entrevista - Mateus Abecassis

    Sonhos de um mini super-modelista

O jovem de doze anos entrou no Sábado, dia 30 de Abril, aos pulinhos na loja HobbyKIT. Vinha com um grande sorriso nos lábios, entusiasmado com a entrevista que lhe ia ser feita, e cumprimentou os colegas de forma entusiasta. O Mateus Abecassis vinha preparado para a entrevista: trazia o boné com o logótipo da loja e muita alegria para partilhar com todos.
O Mateus é um rapaz com muita energia, nunca está parado, mas assim que se senta na cadeira do gabinete do Sr. Guimarães ele acalma e está pronto para partilhar as suas experiências enquanto modelista. A entrevista começa. Quando lhe perguntei se gostava de modelismo, a resposta é imediata: “Adoro”. O jovem explica então que foi há cinco anos que descobriu esta paixão: “desde que tive o meu primeiro carro”, explica Mateus com um brilho no olhar. Foi o pai que lhe ofereceu o primeiro modelo e assim despoletou esta paixão.

PG – Quem é que te ofereceu o teu primeiro carro?
MA – Foi o meu pai, porque eu pedi-lhe. Já tinha visto várias vezes, achei que era algo de grande responsabilidade: e eu gosto de um bom desafio.

PG – Então tens amigos e familiares que também têm carros telecomandados?
MA – Tenho um amigo e consegui trazer mais duas pessoas para o modelismo, mas ainda não compraram nenhum carro (risos).

PG – Pelo que sei, não gostas apenas de RC dentro do modelismo, não é? Mas é aquilo que tu preferes?
MA – Eu prefiro os carros telecomandado, mas também já tive um barco que explodiu (ri-se com um ar malandro).

PG – Costumas ir a pistas de RC?
MA – Só à pista da loja HobbyKIT. Ainda não encontrei outras para carros a combustão. É que ainda não tenho nenhum elétrico, mas hei-de ter.

PG – Então e quantos modelos é que tu já tens?
MA – Tenho dois carros e um helicóptero. Tenho também um comboio da Marklin.

PG – E preferes pedir essas prendas para receberes em ocasiões como no Natal e nos anos, ou preferes ser tu a juntar dinheiro e comprá-los?
MA – Eu acho que a resposta a essa pergunta é muito fácil: prefiro que me dêem, mas é difícil de pedir porque são coisas caras.

PG – Tens conseguido aprender muitas coisas ao longo destes cinco anos?
MA – Aprendi que quanto mais andar mais parto (risos). Claro que também já aprendi alguma mecânica dos carros, a mudar parafusos, pintar carroçarias… Também já consigo conduzir helicópteros elétricos, dos pequenos e alguns maiores. E outra coisa que aprendi foi falar com as pessoas sem ter vergonha.

PG – Gostavas de algum dia competir em corridas?
MA – Adorava.

PG – Estás a pensar fazer isso a curto ou a longo prazo?
MA – (olhar pensativo) A curto prazo.

PG – E estás a fazer alguma coisa para futuramente conseguires entrar em corridas?
MA – Estou a pensar em adicionar mecânica mais avançada nos meus carros. Embora preferisse correr com elétricos, mas ainda tenho de comprar um que dê para depois entrar nas corridas.

PG – E qual é que vai ser a tua próxima aquisição?
MA – Quero comprar um Inferno VE. Dá para competir se depois lhe adicionar outras coisas.

PG – A tua família e amigos incentivaram-te a entrar neste mundo do modelismo?
MA – Sem dúvida que o meu pai incentivou-me, mas a minha mãe nem por isso.

PG – E de que forma é que o teu pai te incentivava, para além de te ter oferecido o teu primeiro carro?
MA – Dizia que o modelismo era um hobby muito giro e que eu ia gostar, mas que me precisava de dedicar e pensar muito bem em tudo o que fazia. O meu pai tinha amigos modelistas.

PG – E o teu pai tinha razão no que te disse? Está a corresponder às expectativas?
MA – Claro que sim (brilho no olhar).

PG – Costumas fazer corridas com o teu pai ou amigos?
MA – Apenas com amigos, porque o meu pai é um bocado zarolho (risos). Com os carros Dnano já brinquei com ele, mas os grandes a combustão é melhor não.

PG – Quando brincas com os teus amigos, quem é que costuma ganhar?
MA – Depende das vezes. Se a pista está molhada, suja…

PG – Mas as condições da pista altera a condução dos dois carros.
MA – Não, por causa dos pneus do meu carro. Não estão muito bons (risos)

PG – Existem escolas que têm uma disciplina de modelismo, embora seja mais direcionado para a construção e pintura de kits. Servem para conhecer este hobby e aprender algumas técnicas… Achas importante existir disciplinas de modelismo na escola?
MA – Sim, acho que seria bom para Ciências. Nunca tive modelismo na escola, mas adorava ter. Também não conheço ninguém que tenha.

PG – Achas que o modelismo é um hobby mais caro do que outro qualquer, como Playstation?
MA – Não tenho a certeza, mas penso que sim. Eu tenho Playstation em casa, mas não gosto: prefiro modelismo. Embora seja mais caro ter o modelismo como hobby, vale a pena.

PG – E que vantagens é que há em ser modelista?
MA – Temos de pensar muito: é bom para a cabeça (risos). Conhecemos também várias pessoas e fazemos muitos amigos que também gostam do modelismo. E podemos ainda aprender coisas com essas pessoas. Noto também algumas diferenças na sensibilidade das mãos, que pratico quando estou a guiar os carros com o rádio.

PG – Então isso quer dizer que te consideras um modelista?
MA – Acho que sim (tímido).

PG – Porquê? O que é para ti ser modelista?
MA – Ser modelista é uma pessoa que se dedica a isto e que tenha minimamente um pouco de jeito (risos). Os modelistas são pessoas com habilidades.

PG – Então quer dizer que és um rapaz habilidoso?
MA – Pelo menos a partir peças acho que sim… (risos)

PG – E quando fores mais velho queres continuar a ser modelista?
MA – Sim. Espero ter um bom trabalho para poder dar continuidade ao modelismo.

PG – Que trabalho é que gostavas de ter?
MA – Gostava de trabalhar numa loja de modelismo.

PG – Isso é alguma dica para o Sr. Guimarães?
MA – (risos)

PG – Não queres ir para a faculdade e tirar um curso?
MA – Sim, quero tirar dois cursos: engenharia mecânica e gestão. Gestão é para conseguir ter dinheiro para comprar depois os carros que quero e engenharia mecânica porque sempre gostei de desmontar e montar máquinas… Sempre tive jeito para arranjar televisões (risos). Ah, e computadores.

PG – Desmontas os computadores.
MA – Não, isso não. É melhor não… (risos)

PG – O que é que vais pedir no dia criança? Está quase…
MA – (pensa) Ainda não tinha pensado nisso. O Inferno VE é muito caro, mas posso pedir os pneus (risos). Assim posso ganhar mais nas corridas.

PG – Já te aconteceu alguma coisa engraçada?
MA – Muitas, mas ainda ontem consegui desprogramar um carro Dnano e eu tentava que ele fosse para a frente e ele ia para trás, tentava travar e não dava… Mas depois consegui que ficasse bom outra vez.

PG – Tens algum sonho relacionado com o modelismo?
MA – Não… Quero dizer gostava de ganhar muitas corridas. Ser famoso.

PG – Os teus pais notam diferenças em ti desde que és modelista?
MA – Sim. Dizem que estou mais consciente a fazer decisões, isto é, se queremos comprar uma coisa não podemos comprar a outra. Antes queria as duas coisas e pronto. Comecei a ser mais realista e a dar mais valor ao dinheiro.

PG – Costumas poupar para conseguir comprar as coisas?
MA – Sim. Fui eu que comprei o meu último carro, o Storm da GS. Consegui juntar o dinheiro praticamente todo e depois o meu pai ajudou só um bocadinho. Trouxe o meu mealheiro cheio de moedas para a loja e tivemos de contar tudo. O meu pai não tem porta-moedas e no final do dia coloca as moedas que tem nos bolsos no meu porquinho. Assim também consigo comprar as peças que parto, que é aquilo que sei fazer melhor (risos). Mas acho que não sou só eu: são todos os modelistas.

PG – Já acontece as pessoas virem pedir-te conselhos sobre os carros.
MA – Sim e consegui ajudar. Já não me lembro o que era, mas resultou.

PG – E que tens feito nas férias da Páscoa?
MA – Modelismo, modelismo, modelismo. E… montar a cavalo na minha quinta. Tenho vindo aqui para a loja aprender e também andar com os meus carros. Tento às vezes também ajudar a vender: ando com os helicópteros da loja para as pessoas verem como voam. Já consegui vender dois dos pequenos.

A entrevista termina e o Mateus volta à sua energia inicial. Ele está pronto para descer as escadas e ir para a pista onde tem os seus carros à espera de uma boa corrida.











Texto e fotografias de Pandora Guimarães.
Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.


sábado, 30 de abril de 2011

Apresentação da nova categoria do blogue

   Perfis

   Após dois meses e meio de sucesso, o blogue Modelismo em Movimento vai lançar uma nova categoria: Perfis. Neste espaço poderão encontrar entrevistas a pessoas que, por alguma razão, são interessantes de entrevistar. Elas podem ser pessoas que organizam eventos; pessoas que participam em corridas ou que vendem as peças para os carros; podem ser crianças que pretendem entrar neste mundo ou até pais que contam as suas experiências em como entraram no modelismo. Aqui há espaço para todos...

   Brevemente irão encontrar a primeira entrevista realizada a um jovem de doze anos que adora ser modelista (sim, porque já se considera um). Quem pretender deixar aqui o seu testemunho pode enviar-me um email para pandoraeruna@gmail.com. As pessoas que forem demasiado tímidas para enviarem o email e contar a sua história, não se preocupem: se elas forem realmente interessantes, eu irei ao seu encontro.  
  
   Espero que adiram e que gostem deste espaço.
   Pandora Guimarães





quinta-feira, 28 de abril de 2011

Feira

1ª FEIRA INTERNACIONAL DE MINIATURAS E CASINHAS DE BONECAS

   Ser a portadora de boas notícias é sempre agradável. Vai decorrer a 1ª feira internacional com miniaturas e casinhas de bonecas em Algés e a entrada é gratuita. No fim de semana de 6, 7 e 8 de Maio, no Palácio Ribamar em Algés, as pessoas poderão visitar esta feira e comprar as peças que gostarem.
   O recinto estará aberto ao público na sexta-feira das 15h às 19h, e Sábado/Domingo das 11h às 19h.

   O cartaz que anuncia este evento é:


 Espero que gostem e aproveitem esta feira.

  

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Tinta enamel ou acrílica?

   Principais diferenças

   Agora que já forneci algumas dicas sobre como montar um kit, é necessário revelar as principais diferenças entre as tintas enamel e as acrílicas. Na verdade, as tintas enamel vão deixar de ser fabricadas, mas ainda existem muitos modelistas que são fiéis a este tipo.

   Segundo os especialistas, as tintas enamel conferem um ar mais "cerâmico" ao kit que está a montar. Normalmente os modelistas utilizam este tipo de tinta para pintar com pincel porque dizem que é mais fácil de cobrir o modelo. As desvantagens de esta tinta é que é tóxica, tem um cheiro intenso e é mais difícil de limpar (precisa de um diluente próprio).

   As tintas acrílicas podem ser misturadas com água; os pincéis podem ser limpos com água, embora existam diluentes das próprias marcas para as tintas acrílicas. Outra vantagem é que secam mais rápido que as anteriores. Quando o kit estiver pintado, a tinta já não sai com água. No entanto, se enganou-se e quiser retirar a tinta use um removedor próprio ou experimente utilizar água e sonasol.

   Independentemente da marca e do tipo de tinta que escolher utilizar, deve ter sempre uma noção: nunca misturar diferentes tipos de tinta! Há modelistas que dizem que quando a tinta enamel é pintada por baixo e está bem seca, que não vai reagir com a tinta acrílica pintada por cima. No entanto, para não estragar nenhum kit com uma reação química desagradável, aconselho a não misturá-las.

   Algumas marcas que comercializam tintas para kits são:
   Tamiya - acrílica e enamel (em spray)
   Revel - enamel
   Vallejo - acrílica
   Humbrol - acrílica e enamel
   Citadel - acrílica

   Existem ainda grelhas de conversão de cores, isto é, se comprar um kit da Revell pode tentar ver quais as respectivas cores da Tamiya. No entanto, nem todas as cores existem nas diferentes marcas o que leva a que tenha de efectuar misturas. Aconselho por isso a manter-se fiel a uma marca, evitando assim corridas desnecessárias à procura de tintas compatíveis.


Tintas enamel da Revell

Tintas acrílicas da Vallejo (ModelColor)

Nova Pista de RC

GodinTTrace

   Tenho o prazer de anunciar aos nossos radiomodelistas que abriu uma nova pista de RC na Terrugem, Sintra. Pode aparecer de segunda a sábado, das 8h30 às 20h.
   As escalas permitidas são: 1/10 Buggy 2WD e 4WD, SC2WD e 4WD.

   Tarifas:
   Diária - €8
   Meio dia - €5
   Das 18h às 20h - €3

   A pista abriu as portas no dia 27 de Março e tem no local uma loja que vende  material de RC e um bar. Luís Godinho fez esta pista Outdoor de Astro e conseguiu criar um ambiente muito agradável a quem aparecer.

   Localização:
   Av. 29 de Agosto, EN247, km66, 2705-869 Terrugem, Sintra




domingo, 10 de abril de 2011

Montar um KIT

Algumas dicas

   O primeiro kit que montamos pode revelar-se complicado logo no  início. Por essa razão, aqui vai algumas dicas para lançar-se nesta aventura. Para o modelista  que já montou centenas de kits este post é desinteressante, mas acredito que será muito útil para os iniciados neste hobby.

   Na escolha do modelo a comprar há que considerar diversos aspectos. Deve colocar a pergunta: O que é que me dará prazer a montar? Carros, motas, casas, aviões, helicópteros, barcos, tanques ou exércitos? A maioria dos kits são em plástico, mas existe alguns em metal e madeira (principalmente barcos).
   Depois de decidir qual o tipo de modelo que gosta mais, avance para o próximo passo: escolher a escala. A escala varia muito de marca para marca e também do tipo de modelos. Veja sempre qual o tamanho que a sua peça terá depois de montada.
   A Tamiya é das marcas mais conhecidas que fabrica kits de modelos estáticos. Alguns modelistas profissionais afirmam que esta é a marca mais perfecionista no mercado. No entanto, não aconselho esta marca no início pois exige que adquira muitas tintas logo no primeiro modelo. O ideal é começar com uma marca como a Revell, Italeri, Academy ou Airfix. São kits mais acessíveis economicamente e que requerem menos tintas iniciamente. Assim, consegue perceber se gosta ou não deste hobby antes de realizar um grande investimento.

   Agora que já tem o seu modelo para montar, siga as dicas em baixo:

   INTRODUÇÃO
   Consulte as instruções originais e (através dos seus desenhos) verifique se todas as “grelhas com peças” estão completas, sem qualquer defeito de moldagem e se a quantidade está exacta. Procure, entretanto, familiarizar-se com os códigos de cada uma das peças. Durante a montagem, siga a sequência indicada nas instruções e jamais destaque uma peça antes de ser o momento próprio em que irá utilizá-la.

   MATERIAL NECESSÁRIO PARA A MONTAGEM DO SEU MODELO
   Para criar maior autenticidade no resultado final, deve adquirir tintas, cola, betume (massa chamada “putty”), lixas e ferramentas próprias para trabalhar com os materiais que for utilizar. No entanto, desde já aconselho a adquirir tintas, colas e betumes da “Revell”, “Tamiya”, “Humbrol” ou “Vallejo”.

   COMO PROCEDER À MONTAGEM
   Após ter adquirido todo o material de montagem e acabamento, deve seguir a seguinte metodologia:
   1 – Nunca arrancar da “grelha de peças” aquela que vai utilizar, mas sim cortá-la e limá-la para que não se note qualquer imperfeição. Esta acção só deve ser concretizada no momento em que for montar a peça no seu modelo.
   2 – Siga “religiosamente” a sequência numérica da montagem.
   3 – Normalmente, pinte as peças antes de as colar. De preferência, quando ainda estão colocadas na “grelha de peças”.
   4 – Aplique a cola, sempre com cuidado. Pouca cola, no ponto certo.
   5 – Se, nas instruções originais, verificar que junto do desenho de uma peça se encontra a frase “do not cement” (não colar), aceite a sugestão e coloque a respectiva peça, no local, sem colar.
   6 – Monte o seu modelo sem pressas, deixando secar a cola e as tintas, entre as várias fases.
   7 – No caso de o ponto de contacto a colar, entre peças, estar já pintado, deve retirar a tinta (raspando-a) dos pontos onde for aplicada a cola.

   DICAS SOBRE A PINTURA
   1 – Deve escolher o tipo de tinta a utilizar (“Enamel”, “Acrílica” ou “Policarbonato”). Não esqueça que, tipos de tinta diferentes, não podem ser misturadas (reagem quimicamente, entre elas).
   2 – Deve sempre lavar previamente as peças que for pintar com água e sabão, a fim de retirar a possível sujidade e a gordura deixada pelas mãos.
   3 – Deve sempre utilizar o “diluente” condizente com o tipo de tinta a utilizar. As pequenas peças podem ser pintadas a pincel. As médias e grandes peças devem ser pintadas com “sprays” ou com “aerógrafos” (pistola de pintar). Conforme o acabamento, assim deve utilizar tintas “brilhantes” (opacas ou translúcidas) “mates” ou “semi-brilhantes”.
   4 – Pintar um modelo é cobrir a sua superfície com a mínima camada possível de tinta, de forma a não destruir o seu relevo. Nesta conformidade deve-o pintar sempre por camadas finas, até alcançar a textura desejada.

   APLICAÇÃO DAS DECALCOMANIAS
   1 – Limpe o local onde vai colocar a “decalcomania”.
   2 – Após recortar o decalque, coloque-o em água tépida, durante alguns segundos (dependendo do tamanho, assim necessitará de mais ou menos tempo).
   3 – Com uma pinça, coloque o decalque (desprendendo-o do papel suporte) no local escolhido do modelo. Com um “lenço de papel” retire o excesso de água.


   Atenção que estas instruções não se aplicam integralmente aos modelos de madeira e metal, como acontece com os barcos. Nesses modelos há outros materiais necessários como cola de madeira, cola rápida, lixa de grão fino e médio, etc.

   Divirta-se na construção do seu modelo e espero que ganhe o gosto pelo modelismo.












Fotografias tiradas no evento ModelScala - IX Concurso e Exposição de Modelismo. Decorreu no dia 25 e 26 de Setembro de 2010 no Montijo.



Texto escrito de acordo com o novo acordo ortográfico.
Texto de Pandora Guimarães